sexta-feira, 12 de abril de 2013

Universidade no nordeste do Pará pode ser feita

Fonte: Diário do Pará

A Universidade Federal do Pará está gestando uma nova instituição de ensino superior. A ideia ganhou corpo no final do ano passado com a apresentação ao Ministério da Educação (MEC) do projeto executivo da Universidade Federal do Nordeste do Pará. Como o nome sugere, a ideia é levar a essa região do Estado uma instituição federal, oferecendo cursos de graduação e pós-graduação. A proposta inovadora prevê que a estrutura da nova universidade se espalhe por vários municípios do nordeste paraense. A reitoria, por exemplo, ficaria em Bragança, mas haveria institutos em Capanema, Capitão Poço e Viseu. “Os cursos foram definidos respeitando as especificidades de cada município”, diz o vice-reitor da Universidade Federal do Pará, Horário Schneider. Pelo projeto, Viseu receberia, por exemplo, cursos nas áreas de petróleo, geofísica e engenharia geológica. Em Bragança ficariam cursos como de Engenharia de Alimentos e de Turismo e Hotelaria. “A ideia é aproveitar o potencial da região costeira do Estado e oferecer cursos que vão contribuir para o desenvolvimento desses municípios”, explica o vice-reitor. Schneider afirma que com as possibilidades oferecidas pelas redes de fibra ótica, aulas poderiam ser ministradas em um município e acompanhadas em tempo real por alunos em salas de aulas localizadas em outras cidades.
A Universidade Federal do Pará já oferece cursos em algumas cidades, mas o vice-reitor explica que a implantação de uma universidade na região poderia acelerar o processo de desenvolvimento. “É importante para suprir as necessidades de geração de conhecimento e tecnologia. O Brasil precisa aumentar muito a oferta de profissionais em várias áreas se desejar se tornar a quinta economia do mundo”, afirma. Para defender a criação da Universidade do Nordeste do Pará, a UFPA foi buscar a justificativa na Academia Brasileira de Ciências que, ao tratar do desenvolvimento da Amazônia, sugeriu como estratégia a criação de mais universidades.

A área de abrangência da nova instituição seria o Nordeste do Pará, mas os cursos poderiam contribuir para o desenvolvimento de toda a costa brasileira na Amazônia, que representa 35% do território nacional, com 2,5 mil quilômetros, incluindo os Estados do Amapá e Maranhão, além do Pará. Na justificativa do projeto, a reitoria da UFPA compara a riqueza biológica da costa à encontrada na área continental. Daí a importância de gerar conhecimento para a região, que tem não apenas importância econômica, mas é fundamental para equilíbrio ecológico amazônico.

No projeto, a UFPA defende também a oferta de cursos voltados para a educação e humanidades (História, Antropologia, Geografia, Letras, Pedagogia, Filosofia), além dos de Ciências Naturais, como Física, Química e Sistemas de Informação, entre outros. “Formando profissionais qualificados para a educação básica haverá melhoria na qualidade do ensino na região”. A nova universidade teria abrangência sobre 44 municípios, com grande parte deles abrigando comunidades pesqueiras. “Haverá uma contribuição expressiva ao acesso à educação superior nas camadas socioeconômicas menos favorecidas”, justifica a UFPA no projeto que, neste momento, tramita no MEC. Para ser criada a nova universidade, é preciso que o ministério aprove o projeto executivo e que seja enviado projeto de lei ao Congresso. Parlamentares também podem apresentar projetos. Pelo menos dois nesse sentindo já tramitam. “É preciso agora que a sociedade reivindique e defenda a importância da proposta”, diz o vice-reitor.



APOIO POLÍTICO
dos entusiastas do projeto de criação da nova universidade federal no Pará, o senador Jader Barbalho (PMDB) tem mantido conversas com a reitoria da UFPA para definir os passos que devem ser dados para apressar a aprovação da proposta que pode mudar o atual cenário do nordeste paraense. “Fiquei encantando com o projeto assim que ele me foi apresentado, principalmente porque busca compatibilizar a criação da instituição com vocações regionais”, diz, afirmando que vai acompanhar o trâmite, sempre buscando assessoria da própria universidade. “Para conseguirmos essa aprovação é necessário um diálogo permanente entre a academia e a classe política. Queremos é que a proposta seja aprovada o mais rápido possível”.
Em outubro do ano passado, Jader chegou a escrever artigo, publicado no DIÁRIO, defendendo a união de esforços para criação da instituição. “A Universidade Federal do Nordeste do Pará tem tudo para ser mais uma experiência vitoriosa da UFPA. Em que pese as dificuldades, a região nordeste possui a melhor infraestrutura do Estado, tanto de rodovias, como de educação, saúde pública e comunicação. Todos os que querem o progresso do Pará devem brigar por ela. Imagine o impacto que será a ida de 600 professores universitários para a região? Pode mudar muita coisa, inclusive as relações pessoais e a administração municipal”, defendeu o senador.
(Diário do Pará)

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